Stranger Things é Sessão da Tarde, sim!
- IA Santos

- 12 de nov.
- 3 min de leitura

E não tem absolutamente nada de errado nisso.
Minha esposa e eu acabamos de rever as quatro temporadas de Stranger Things como um aquecimento para a quinta. Preciso admitir que é impossível não querer voltar à minha infância e adolescência durante os anos 90, quando a vida se resumia a estudar de manhã e passar tardes assistindo Chaves, Sessão da Tarde (ou Cinema em Casa) e Cavaleiros do Zodíaco, enquanto aguardava o fim de semana para jogar RPG e videogame o dia inteiro com meus amigos.
Tá legal, eu sei que a série se passa durante os anos 80, mas a real é que ela fala direito com os véio paia que nem eu que viveram a transição entre o analógico e o digital. Uma época em que o tédio era fértil, a imaginação aflorada e a internet desconhecida. E ela pega na veia!
Stranger Things bebe do puro suco dos clássicos mais adorados da Sessão da Tarde. É um mix de aventura infantil, terror adolescente e drama familiar que se conecta de maneira brutal com quem cresceu assistindo Os Goonies, Conta Comigo, ET, A Hora do Pesadelo, Cemitério Maldito nas tardes da TV aberta. Sim, nos anos noventa TODOS esses filmes passava à tarde.
Além disso, todos os elementos da história parecem querer nos colocar numa máquina do tempo. Ali estão nossos amigos, os jogos, as bicicletas, os walk-talkies (que nunca nem pensei em ter), os pais ameaçando acabar com a brincadeira, as inseguranças amorosas, o bullying e a locadora, cara! Como eu sinto falta das locadores e bancas de jornal...
Sim, eu precisei aumentar (MUITO) a minha suspensão de descrença para "passar pano" para alguns pontos da série, principalmente envolvendo furos de roteiro e decisões narrativas. Mas não importa! Dessa vez, quem assistiu foi o Igor de 13/14 anos e ele não estava preocupado em querer saber como os americanos não perceberam os russos montando uma base militar embaixo de um Shopping Center em plena Guerra Fria. Ele só queria se divertir e depois comentar com os amigos sobre como tudo aquilo era muito maneiro.
Que nem estou fazendo agora.
Dez curiosidades e referências nostálgicas de Stranger Things que talvez você já saiba
O logo da série foi criado com a mesma tipografia usada nas capas dos livros de Stephen King nos anos 80 e nas capas da Revista de RPG Dragão Brasil, nos anos 2000.
“Running Up That Hill” voltou às paradas graças a Stranger Things. A música de Kate Bush, de 1985, disparou nas plataformas de streaming quase 40 anos depois do lançamento. No Brasil, chegou ao Top 5 do Spotify e virou trilha sonora de incontáveis Reels e TikToks.
A Netflix Brasil criou um dos conteúdos mais icônicos da marca. Lembra da campanha “Demogorgon na Ceia de Natal”? Ou do vídeo com o Ceará dublando o Vecna? Pois é — a conta brasileira da Netflix é tão criativa que já virou referência internacional em marketing digital.
Millie Bobby Brown já disse que ama o Brasil. Em uma entrevista, ela revelou que o público brasileiro é o mais caloroso de todos — e que sonha em vir para a CCXP.
As bicicletas dos meninos são réplicas exatas das usadas em ET – O Extraterrestre (1982).
Winona Ryder foi um dos motivos da série ser aprovada. A Netflix só deu sinal verde após saber que a estrela aceitaria o papel. Ela foi considerada o “elo emocional” entre o público nostálgico e o elenco jovem.
Os episódios da segunda temporada seguem a mesma estrutura de Aliens, o Resgate (1986), de James Cameron — inclusive o arco de Eleven ecoa o de Ripley.
A cena do shopping na terceira temporada é uma homenagem explícita aos clássicos filmes adolescentes ambientados em shoppings, como Curtindo a Vida Adoidado e Mallrats.
A quarta temporada foi fortemente influenciada por A Hora do Pesadelo, tanto que o ator Robert Englund (Freddy Krueger) aparece na série.
A ideia do Mundo Invertido nasceu de uma conversa sobre a “Teoria das Dimensões” — os Duffer queriam um “lado B” do nosso mundo, como se fosse o lado escuro de uma fita cassete.
A quinta e última temporada de Stranger Things estreia no dia 26 de novembro de 2025, no Netflix e o o lançamento será dividido em três momentos:
Volume 1 (episódios 1 a 4): 26 de novembro de 2025;
Volume 2 (episódios 5 a 7): 25 de dezembro de 2025;
Episódio final (episódio 8): 31 de dezembro de 2025 — o grand-final de ano em Hawkins!
É claro que estou ansioso. E você?
IA Santos
(Que de vez em quando vê o mundo de cabeça pra baixo)



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