Regra de Três para construção de personagens marcantes
- IA Santos
- 3 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de jul.
Bastam apenas três características para criar protagonistas ou coadjuvantes inesquecíveis para sua história sem cair em clichês ou ceder a arquétipos duvidosos

Feche os olhos por cinco segundos e pense em pelo menos três personagens inesquecíveis.
Mesmo sem saber em quem você pensou, eu seria capaz de apostar que foram características simples - e não camadas e camadas de tramas intricadas - que tornaram eles marcantes. Acertei?
Pois é. A verdade é que a maioria dos personagens memoráveis da literatura ou audiovisual não nasceu de biografias complexas, mas da união de três elementos simples e poderosos que eu curto chamar de Regra de Três ou MDC: Marca, Defeito e Conflito.
Imagino que deva ter percebido que apesar do nome, não tem absolutamente nada a ver com Matemática. Na verdade, trata-se de uma das ferramentas mais eficazes para criar personagens, sejam de fantasia, ficção científica, dramas, romance ou qualquer outro gênero. E o melhor: ela é extremamente fácil de ser aplicada! Duvida? Então vamos testar agora mesmo!
Pense em um personagem totalmente original. Pode ser de qualquer gênero. Minha única exigência é que fuja dos arquétipos óbvios: nada de guerreiro em busca de vingança ou jovem romântica que se apaixona por um cara podre de rico e sedutor. Por onde você começa?
Criando um personagem usando Regra de Três
Marca: um traço marcante para o personagem. Pode ser algo físico (cicatriz, roupas, cabelo) ou de personalidade (voz calma, impulsividade, sarcasmo). Isso ajuda o leitor a lembrar e visualizar o personagem com clareza, além de enriquecer os diálogos.
Defeito: me refiro a defeitos sociais ou traumas reais. Nada de "é teimoso demais" ou "é ingênuo demais". Estamos falando de coisas como vício em controle, dificuldade de confiar, arrogância, medo de rejeição ou de altura. Quando pensamos nos defeitos, quase imediatamente somos levados a refletir sobre sua origem. O que acrescenta uma camada de profundidade natural ao personagem e gera identificação por parte do público.
Conflito: segure a onda. Pense em conflitos simples, dilemas comuns, objetivos pessoais. Nem todo personagem precisa salvar o mundo. Mesmo em tramas épicas envolvendo a paz mundial, no fundo, nosso personagem poderia querer apenas salvar a própria pele, reconquistar alguém, provar algo para si mesmo ou ganhar uma grana para pagar uma dívida. Personagens com conflitos e objetivos próprios tornam-se mais verossímeis e, consequentemente, geram empatia.
Falo mais sobre construção de diálogos e a importância da verossimilhança no Anatomia da Fantasia Perfeita. Se você tem interesse em aprender mais sobre escrita criativa ou apenas curte esse tipo de conteúdo eu recomendo. Garantia de qualidade ou seu dinheiro de volta (Literalmente).
Voltando ao assunto, minha intenção inicial era deixar o exercício por sua conta, mas acabei tendo vontade de fazer o meu personagem também. Então bora pensar aqui em um...
Exemplo Prático de Improviso
Marca: uma cantora com cabelos vermelhos, unhas enormes e pele coberta por centenas de tatuagens (ok, admito que caí em um clichê. Sem problemas, desde que as outras características ajudem a tornar o personagem único);
Defeito: Apesar das exigências da carreira, nossa cantora odeia aglomerações. Não chega a ser antipática ou desagradável com o público, mas não tem muita paciência para interações sociais prolongadas;
Conflito ou Objetivo pessoal: ela guarda em segredo um problema degenerativo nas cordas vocais. Mais cedo ou mais tarde isso irá impedi-la de fazer o que mais ama, por isso estaria disposta a arriscar muita coisa em busca de uma cura.
Pronto. Temos um personagem com camadas e um enorme potencial narrativo criado em menos de cinco minutos. Curtiu? Então me conte nos comentários se você conhecia a Regra de Três (essa, não a da matemática) e se já usou para criar personagens marcantes.
IA Santos
(Impressionado com a capacidade do ChatGPT criar imagem de personagens)
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