O RPG é o Culpado de Tudo!
- IA Santos
- 15 de jan.
- 2 min de leitura

Ok, acredito que o bait do título não funcione mais atualmente. Porém, nos anos 90, quando conheci o RPG, muita gente acreditava tratar-se de um hobbie nocivo aos jovens. Acredito que você já saiba disso, mas bastaria uma rápida pesquisa para descobrir como o jogo era demonizado pela mídia e proibido por inúmeros pais nesta época.
Hoje os tempos são outros, e pelo bem de todos nós, não precisa que seja eu a sair como um paladino em defesa dos inúmeros benefícios que a prática do RPG pode trazer pra todas as idades, principalmente crianças e adolescentes. Porém, a saudade de sentar em volta de uma mesa e passar tardes (às vezes noites) inteiras rolando dados e construindo histórias ao lado dos meus amigos me inspirou a escrever esse rápido artigo, compartilhando o enorme impacto que o jogo trouxe para minha vida.
Sim, acredito de verdade que o RPG seja o grande culpado por trás dos talentos (poucos, admito) que desenvolvi ao longo desses anos.
E só pra já entrar com os dois pés no peito: meu primeiro romance, "A Derradeira Caçada" (que inclusive será republicado em breve), é uma das minhas realizações de maior orgulho, e foi diretamente inspirado em uma campanha de RPG; além disso, escolhi cursar História deliberadamente para "narrar aventuras mais verossímeis"; há sete anos fundei um bar chamado "Dados Drinks & Games" que está na ativa até hoje. Adivinhe de onde veio este nome? E não é só isso, como diria o cara da propaganda, através do RPG me interessei por estatística, legislação, comunicação, entre tantos outros campos.
O RPG nunca foi o vilão da minha história ou estimulou algum desejo de escapismo da realidade prejudicial à minha sanidade. Ao contrário, me trouxe novos amigos, estreitou minhas relações, fortaleceu minha autoestima e ajudou a realizar alguns dos meus maiores sonhos (eu escrevi pra Tormenta, caralho! Pense no que isso representa para um jovem rpgista de vinte e poucos anos. Na época achei que meu coração fosse explodir de alegria!)
Aliás, foram muitos anos de leitura da Dragão Brasil. Lá Marcelo Cassaro repetiu mais de uma vez que RPG era ótimo, mas deveria ser encarado como um hobbie divertido e apenas isso. Hoje discordo com todo respeito do mestre.
Na minha vida, e para a vida de inúmeros jovens, o RPG representa muito mais que entretenimento. Pra mim ele foi uma ferramenta poderosíssima de desenvolvimento pessoal, social e profissional como nenhuma outra foi.
No RPG, ninguém joga sozinho. A interação com outros jogadores é fundamental, o que fortalece o trabalho em equipe, a empatia, o respeito às limitações alheias. Percepções que infelizmente encontram-se tão em falta atualmente.
Por tudo isso, e por tantos outros benefícios na vida dos jovens, que eu, como professor e rpgista, acredito do fundo do meu coração que o RPG deveria tornar-se uma atividade interdisciplinar obrigatória nas escolas. Mas isso é papo pra depois...
E você, concorda comigo? Conte aí nos comentários um pouco sobre sua relação com RPG!!
E que Nimb lhe role bons dados! 🎲
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